sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O BRINCAR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: BENEFÍCIOS PARA O APRENDIZADO NAS SALAS DE RECURSOS

DEUSILHA DE SOUZA SILVA
ROSIMAR DA SILVA DE OLIVEIRA
Camila da Silva Cavalcante
Ana Márcia Gallina Fantone Gusoni
Joselaine Cristina Ribeiro de Matos
Claudia Seehgaen
RESUMO
O estudo que se segue tem como pretensão averiguar e ressaltar quão importante e necessário é o uso de atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem de crianças com necessidades especiais, visto que esta clientela deve ter acesso, permanência e sucesso no ensino regular, sendo preciso que o mesmo ofereça condições de inclusão. Sabemos que o brinquedo é um ótimo estimulo para que se atinja este resultado.  Para tanto foi feita uma breve revisão bibliográfica sobre o assunto baseando-se nos estudos de Vygotsky, Piaget, Kishimoto, Oliveira e outros. Este artigo apresenta o brincar como uma atividade importante para o desenvolvimento da criança, sobretudo da criança deficiente e tenta demonstrar, ainda a necessidade de se utilizar das atividades lúdicas no decorrer do processo de ensino aprendizagem visando a socialização, o desenvolvimento da capacidade criativa e imaginativa do aluno deficiente, bem como sua inclusão na sociedade escolar e fora dela. A metodologia que deverá ser utilizada para conclusão deste projeto é a pesquisa bibliográfica, uma breve pesquisa de campo, que será feita por meio de observação, entrevista com professores e profissionais da escola, alunos e se possível pais ou familiares, ainda serão observados os cadernos das crianças no início e final do projeto para possíveis constatações a cerca do benefício da atividade lúdica em alunos com diferentes tipos de deficiência, sendo que tal constatação ainda será feita por meio da observação da melhora da aprendizagem durante o processo de ensino e pesquisa.
Palavras chaves: Brincadeiras, lúdico, educação inclusiva, jogos.
ABSTRACT
The following survey is to investigate claims and to emphasize how important and necessary is the use of recreational activities in the teaching and learning ofchildren with special needs, since these clients must have access, retention and success in regular school, and need that offers conditions of the same inclusion. We know that the toy is a great stimulus to the achievement of this result. For thiswas a brief literature review on the subject based on the studies of Vygotsky,Piaget, Kishimoto, Oliveira and others. This paper presents the play as animportant activity for the child's development, especially the disabled child and tries to demonstrate the need to use the recreational activities during the teaching and learning process aimed at socialization, the development of creative and imaginative the disabled student, as well as their inclusion in society and outsideschool. The methodology to be used for completion of this project is a literature review, abrief field research, which will be done through observation, interviews with teachers and school professionals, students and parents or relatives if possible,the contract will still be observed children at the beginning and end of the projectfor possible findings about the benefit of playing in different types of students withdisabilities, and such finding will still be made ​​by observing the improvement of learning during the process of teaching and research.

Keywords: Play, play, inclusive education, games.







INTRODUÇÃO

Atualmente muito tem se falado em inclusão de alunos deficientes em salas comuns, mas do mesmo modo a discussão sobre qual a melhor forma de se trabalhar com esses alunos a fim de gerar a inclusão e o aprendizado ganha um grande destaque. A constituição Federal prevê no Art. 208, Inciso III um atendimento educação especializado para alunos deficientes, sobretudo no ensino regular, o que é também assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Estatuto da Criança e do adolescente, e amplamente debatido e defendido com normas, orientações e metas nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. A política Nacional de Educação Especial (MEC/SEEP, 2008) define como diretrizes para Educação Especial que o sistema regular de ensino esteja apoiado em um objetivo de inserir os portadores de necessidades educacionais especiais, priorizando o financiamento de projetos que possuam ações de integração. De acordo com o documento Declaração de Salamanca, elaborado em conferência mundial com a participação de 88 governos e 25 organizações internações no período de 07 a 10 de Julho de 1994 em Salamanca, na Espanha se proclama que:
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem,
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas,
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades,
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
(SALAMANCA, 1994)

A declaração de Salamanca é um referencial no que se trata da educação especial em todo o mundo, e o que se percebe dessa citação é que o que este documento visa é o atendimento prioritário de todas as crianças, seja deficiente ou não, pois independente da criança possuir ou não uma deficiência ela tem o seu ritmo de aprendizagem, logo essa afirmativa já por si só é uma forma de inclusão, pois concebe a criança não segundo sua deficiência, mas segundo suas habilidades, características, interesses e necessidades de aprendizagem defendendo uma Pedagogia que tenha como centro a criança, deixando de lado os valores tecnicistas sob os quais se apoiam, ainda hoje, os métodos usados em nossas escolas e mais, defende a ideia de que quando se trabalha com a educação inclusiva se aprimoram a eficiência e a eficácia do sistema educação por passar produzir novas formas de lidar com a diferença, seja esta devido à deficiência ou à individualidade de cada criança.
Pelo fato de ser um assunto novo, nova forma de ver o meio educacional e suas possibilidades. Como se promover a inclusão escolar numa sociedade marcada pelo preconceito? Em que circunstâncias se faria essa inclusão? O Jogo e a brincadeira poderiam, de fato, ser um elo para que esta venha a ocorrer? Qual a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras na inclusão desses alunos? Quais são os recursos que mais podem contribuir para que haja essa inclusão e como se podem trabalhar os conteúdos através desse método? O que as crianças pensam disso? Os professores que ministram aulas nas salas comuns tem utilizado o brincar para promover a inclusão bem como o aprendizado ou isso só ocorre nas salas de recursos? Quais os tipos de brincadeiras são mais utilizados e ou apropriadas?
E nessa perspectiva a própria política de educação especial valoriza a ideia de ludicidade para o desenvolvimento e aquisição de conhecimentos aos alunos com necessidades educacionais especiais quando diz:
 A inclusão escolar tem início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de serviços de intervenção precoce que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. (MEC/SEEP, 2008)
Esse artigo está baseado na ideia de que o brincar pode e muito ajudar no aprendizado das crianças, e também no fato de que este faz parte da vida das mesmas e, portanto pode ser um grande aliado do professor em sala de aula, e deve ser divulgado para que outros professores possam também se beneficiar dos seus benefícios.
A metodologia utilizada para elaboração do artigo foi a pesquisa bibliográfica, acompanhada de uma breve pesquisa de campo, sendo que a primeira ocorreu a captação de dados em artigos e livros, de autores variados visando o conhecimento da importância do brincar e seus benefícios para a educação inclusiva, e a segunda foi realizada em sala de recursos de escolas da rede municipal de ensino da cidade de rio Brilhante, para fins de observação de como o brincar propiciado nesses meios contribuiu para o avanço de alunos em sala comum.
Foi feito também entrevistas com os professores tanto das salas de recursos, como das demais salas em que havia a incidência de tais alunos, a fim de investigar os dados coletados, ainda foi realizada entrevista com alguns profissionais da escola, com alunos e com um pouco número de pais, ainda houve a observação das atividades das crianças no ambiente da sala de recursos.
Diante da necessidade de se trabalhar a inclusão no meio escolar e da percepção de que há dificuldade por parte, não só de professores, mas também de outros profissionais, da educação a cerca de como promover essa inclusão vimos no brincar um forte aliado para se obter tal resultado devido a essas questões surgiu a ideia de se fazer uma investigação sobre as contribuições dos jogos, brinquedos e brincadeiras tanto para o aprendizado dos alunos como para o trabalho do professor.
Pois já está comprovado que a atividade lúdica auxilia muito no desenvolvimento da criança além de propiciar a socialização, a formação do pensamento abstrato, o desenvolvimento da criatividade e promover a interação.
Com a elaboração desse artigo pretende se conhecer de uma forma geral, quais os benefícios o brinquedo, o jogo e a brincadeira podem trazer para o processo de ensino, sobretudo em se tratando de alunos deficientes. Especificamente pretende-se observar qual a importância do brincar para promover a interação entre alunos deficientes e não deficientes, investigar quais são os benefícios que estes trazem para a inclusão do aluno deficiente não só no meio escolar como na sociedade em geral, verificar de que maneira as atividades lúdicas interferem no desenvolvimento do aluno com deficiência, sobretudo no desenvolvimento intelectual.
A pesquisa se justifica pelo fato de que a necessidade de se conhecer sobre tal assunto e o intuito de se resgatar a brincadeira e fazer com que as crianças, sobretudo as deficientes de nossas escolas, tomem novamente, o gosto pelo brincar, de todos os benefícios que tal comportamento pode propiciar e ainda por meio deste, tenham a oportunidade de participar de um processo de ensino-aprendizagem de qualidade, que valorize todos os conhecimentos envolvidos nas brincadeiras e jogos e seja trabalhado por um professor que goste de brincar e acima de tudo, saiba aproveitar as potencialidades de ensino dos mesmos.
O BRINCAR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: SEUS BENEFÍCIOS PARA O APRENDIZADO NAS SALAS DE RECURSOS
A inclusão no meio escolar visa inserir os alunos que tenham algum grau de deficiência ou apresentem alguma dificuldade de aprendizagem na rede regular de ensino, mas, no entanto, isso se faz cada vez mais difícil, pois por ser uma situação nova é bem comum que se tenham muitas dúvidas de como fazê-lo e ainda se encontra muita resistência por parte de diversos profissionais da área. Segundo Ferreira e Ferreira, (2007) o principal intuito das políticas educacionais voltadas para a educação especial é apenas para melhorar os índices da educação básicas previstos na declaração de Salamanca e, comentando outros autores ainda ressalta que, no entanto se preocupou em inserir os alunos em sala de aula comum, porém estes tem vivenciado nesse meio um processo de educação desfavorável.
No mesmo período, as pesquisas educacionais sobre o que acontece com estes alunos incluídos nas escolas regulares revelam que, em grande parte, estes alunos estão a depender de suas famílias para conseguirem criar as condições necessárias de apoio à educação escolar, e é mais comum os alunos com necessidades especiais viverem no interior da sala de aula uma situação de experiência acadêmica insuficiente ou precária. (FERREIRA E FERREIRA, 2007)

Segundo a definição de Mrech: “Por educação inclusiva se entende o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os graus.” Para essa autora a escola inclusiva é líder se comparada com as demais, pelo fato de estar como “vanguarda”, onde o processo de ensino seja um processo social, dando a todos, o direito a educação, tendo como objetivo principal a integração de todas as crianças deficientes, essa mesma escola deve fazer com que a criança atinja seu objetivo máximo por meio do privilégio dado as relações sociais que formam “redes de auto-ajuda”, onde os professores e rede técnica assumem outros papeis estando mais próximos dos alunos. É uma escola integrada com a comunidade, tendo como parceiros os pais das crianças. Os ambientes escolares devem ser flexíveis, sendo que as modificações devem ser feitas a partir das discussões com os professores, equipe técnica, pais e alunos. A forma de avaliar também deve levar em conta as deficiências dos alunos, que deverão também ter acesso físico facilitados, e a equipe técnica desse meio deve estar em constante processo de aprendizagem. 
A declaração de Salamanca define a inclusão escolar como sendo aquela em o princípio fundamental “é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independente de quaisquer dificuldades que elas possam ter.” e ainda reconhece que as escolas inclusivas precisam reconhecer e  responder a todas as necessidades das crianças, adaptando os métodos e estilos a fim de promover uma “educação de qualidade a todos”.
E não é só com relação à educação inclusiva que se tem notado falhas no processo de ensino-aprendizagem, mas é comum isso ocorrer também com os alunos considerados “normais”, portanto há que se notar uma necessidade de se pensar a educação como um todo carente de novas perspectivas e novas formas de se trabalhar como docente, contando com o apoio familiar, a fim de promover a aprendizagem de todos os alunos e nada melhor para fazer isso do que dar às crianças um aprendizado prazeroso, pois assim sendo estes terão mais interesse, logo se esforçarão mais, o que consequentemente gerará em uma educação de qualidade e índices elevados de aperfeiçoamento.
Em se tratando de educação num modo geral tem se comprovado que o jogo é um forte aliado do processo de ensino aprendizagem, visto que é parte integrante da vida da criança e não só do momento atual, mas está também constatado que essa atividade vem desde os primórdios, pois já se encontrava brinquedos infantis em meio às culturas do passado. E este por sua vez já era usado como meio pelo qual se transmite o conhecimento ainda na Grécia e Egito, sendo objeto de estudos de Platão a fim de conhecer as suas influências na educação.
Somente na Idade média é que o jogo, sendo considerado pela Igreja como imoral, devido ao seu prazer profano, foi retirado dos meios escolares que passaram a adotar uma linha mais disciplinar centrada no mundo do adulto. Mas nos dias atuais, este volta a ser um método eficaz para se fazer educação, desde que seja bem trabalhado.  Essa ideia se inicia em meados do SEC. XVI, com o mercantilismo e surgimento do pensamento pedagógico, e já nos SEC. XVII e XVIII, com o conceito de que a criança é sujeito da educação, surge também o ensino transmitido através do jogo que é defendido por Rousseau, Froebel, Maria Montessori, Pestalozzi e Jonh Dewey, além de Piaget e Vygotsky.
O uso do jogo, do brinquedo e da brincadeira no âmbito escolar contribui para a aquisição do aprendizado pelas crianças. Mas o que é brincar? Wajskop, (1995) tenta responder a essa questão em seu artigo o brincar na educação infantil, e passando pelo pensamento de diversos autores ela a define como uma atividade da criança capaz de recapitular a vida humana ou um exercício prévio da vida adulta. E ainda nesse, mencionando textos de Brougére a cerca de Claparéde que escreve: “que a brincadeira é a educação espontânea da Criança”, portanto um grande aliado do professor no processo de ensino-aprendizagem. Mas esse mesmo brincar presente no meio escolar não pode se tornar um engodo de que por si só já é suficiente e se transformar em uma atividade sem fins, deve sim estar voltado para a aprendizagem e desenvolvimento intelectual das crianças, sobretudo sem ser cansativo e para isso o professor deve saber brincar e como usar a brincadeira para promover o conhecimento. Aqui damos destaque às palavras de Grando (2001):
 As crianças, desde os primeiros anos de vida, passam a maior parte do tempo brincando. Por sua vez, os adultos não entendem que isso faz parte da vida delas, e que elas têm verdadeiro fascínio pela brincadeira. Por outro lado, a escola também deveria representar papel fundamental na vida das crianças, mas, a escola representa um tempo a menos que as crianças têm para brincar, e por isso começa a ser repudiada pelas crianças. Por que não podemos unir o estudo e a brincadeira em uma atividade única que passará a satisfazer ambas as partes?   (GRANDO, 2001).
Essa mesma autora defende a ideia de se trabalhar o ensino através de jogos principalmente na disciplina de matemática, pois segundo ela a brincadeira estimula a capacidade, não só de resolver problemas, mas acima de tudo de usar de várias maneiras para o fazer, por criar uma situação imaginária o jogo ajuda no desenvolvimento do pensamento abstrato, e por dar à criança a possibilidade de imitação dos mais velhos propicia ainda o desenvolvimento intelectual, logo este se iguala à instrução escolar no papel de desenvolver habilidades e conhecimentos. 
Silva destaca as palavras de Piaget que diz: “O jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade” e garante que para esse autor o jogo é essencial para a criança e que já utilizado desde os primeiros anos de vida para relembrar, com prazer, os fatos ocorridos e posteriormente nos jogos de regras que proporcionam “à criança a capacidade  de lidar com delimitações”, ou seja, esse tipo de jogo vem impor limites dando àqueles que o pratica a capacidade de saber o que se pode ou não fazer.
O brincar desempenha um grande papel no processo de desenvolvimento da criança, pesquisar sobre sua atuação no desenvolvimento de crianças especiais é algo de extrema importância, pois o que se pretende na educação especial é desenvolver na criança potencialidades inatas, à fim de promover o aprendizado e nada melhor para isso do que o jogo e a brincadeira, visto que já é comprovado por pesquisadores como Vygotsky (Apud Martins) a importância do brincar na constituição do pensamento abstrato e no desenvolvimento de um modo geral e, ainda segundo o olhar de Aranão (2007) a teoria de Piaget se fundamenta na espontaneidade da criança dentro do seu ambiente de vivência e portanto deve se proporcionar a ela um “ambiente rico em materiais e atividades no qual ela possa optar por aquelas que irá desenvolver.”   
Para que isto ocorra é importante que todo o meio escolar esteja preparado para promover a inclusão e a aprendizagem desses alunos, mas é comum ouvir de alguns técnicos responsáveis pelas salas de recursos de escolas da rede pública que muitas vezes é mais fácil para os professores lotados nas salas comuns dizer que não sabem lidar com os alunos deficientes, tudo como meio para não se especializarem e assim se tornarem alheios a esse processo, talvez esta seja a causa destes alunos ainda não terem uma educação satisfatória. E para tanto se faz necessário o estudo e a capacitação contínua de todos os professores, isso além da conscientização e responsabilização de todos os envolvidos no processo educacional a cerca da inclusão e assim levar esta para os meios sociais.
Rojas, (2009) em seu livro “Educação lúdica: a linguagem do brincar, do jogo e da brincadeira no aprender da criança”, resume de forma quase poética o que é o brincar, é um “baú de metáforas” (p. 36), sendo a metáfora uma forma mágica de linguagem, de brincar com as palavras, que é criativo e abre “caminho para estratégias, a descoberta e a inventividade” (p.36), e ao mesmo tempo que perpassa pelo mundo imaginário deve dar evidência a um caminho metodológico. Descreve a metáfora como sendo ainda, “a transposição do complexo para o simples” (p.36), ou como relata Vygotsky, Apud Martins (2007) o “caminho do mínimo esforço”.
A autora ainda ressalta a importância das brinquedotecas como sendo um espaço de resgate de brincadeiras antigas, que dá lugar à fantasia, mas acima de tudo como um espaço destinado a promover o desenvolvimento integral da criança.
Andrade, (2004), em sua reflexão sobre diversos autores a cerca do jogo e da brincadeira, relata dentre outros o pensamento de Bandet & Sarazanas que todos os meios de educação deveriam se informar sobre a forma de brincar das crianças e dos objetos que poderiam contribuir de forma construtiva da brincadeira por acreditar que não é possível promover a educação sem tal conhecimento, e ainda ressalta que o brinquedo e a brincadeira fazem parte da criança principalmente quando esta é muito pequena e falando de Campagne, segundo a autora, ainda diz que para este “o brinquedo é o suporte do jogo” que permite à criança a vivência de situações da vida adulta, mas sem riscos e ao nível da criança e ainda permite a socialização por meio de atividade comum que permite a construção de noções de propriedade, relacionamento e respeito.
Segundo Mrech, (2006), nas intervenções psicopedagógicas dentro da educação especial o brinquedo e as brincadeiras são considerados “um papel nuclear”.  Se no processo de ensino de uma criança considerada normal o brincar já é importante, em se tratando de crianças especiais este é ainda mais primordial visto que nesta criança tais atividades permitem a oportunidade de se desprender e se desinibir o que consequentemente gera a vontade de aprende e o saber.
Mas ainda segundo Mrech, (2006), de nada adianta o uso de jogo se o professor não tiver uma “concepção de capacidade lúdica” se este não souber brincar não conseguirá fazer com seus alunos brinquem, por isso deve ser trabalhada no professor essa capacidade e isso é um processo lento, este deve olhar para o material a ser utilizado não como adulto, mas como criança ou adolescente, deve conhecer o aluno através da visão que o próprio aluno faz de si e não de forma estereotipada, o aluno deve gostar do material proposto, o mesmo material deve oferecer oportunidades além do que o descrito pelo fabricante, ou seja, não deve ser usado apenas para aquela faixa etária prevista no rótulo e ainda deve haver um vasto número de materiais e ser permitido ao aluno a escolha do que ele quer utilizar.
Para essa autora, brinquedos, jogos e materiais pedagógicos são: objetos dinâmicos que trazem um saber potencial podendo ser desencadeador de relações interpessoais boas ou ruins e que trazem uma historicidade que vai além da do professor e/ou do aluno, mas de uma época, logo o uso de tais materiais são importantes, devendo se ponderar e maneira correta para sua utilização.
Ainda falando do brinquedo como forma prazerosa de promover o conhecimento, tomo as palavras de Vygotsky, (2007) que diz que:
[...] no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço - ela faz o que gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo aprende a seguir os caminhos mais difíceis subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia à ação impulsiva constitui o caminho para o prazer no brinquedo. (VYGOTSKY, 2007).
Além de propiciar à criança a capacidade de seguir regras, o brinquedo ainda lhe permite o desenvolvimento de forma essencial por meio deste, segundo este mesmo autor e ainda permite ao adulto o conhecimento das experiências prévias da criança, quando diz:
O brinquedo é muito mais uma lembrança de alguma coisa que realmente aconteceu do que uma imaginação. É mais uma memória em ação do que uma situação imaginária nova. (VYGOTSKY, 2007)

È também uma atividade necessária ao ser humano independente da idade, o trabalho com o lúdico dentro do processo de ensino facilita o desenvolvimento não só pessoal como sociocultural além de permitir uma melhor comunicação, expressão e construção de conhecimentos.
Logo é mais que interessante pesquisar sobre o jogo, o brinquedo e a brincadeira no meio escolar, faz-se necessário tal exercício, bem como a inserção de tais atividades dentro do ambiente escolar, principalmente no momento atual em que cada vez tem chegado nesse meio crianças cada vez mais autodidatas devido ao grande número de informações às quais elas tem acesso e devido ainda, à  pouca intimidade que estas vem perdendo com a brincadeira por estarem cada vez mais solitárias e sedentárias na frente de computadores e vídeo games. Além dessas crianças dotadas de informações, ainda temos aquelas desprovidas de recursos básicos como alimentação de qualidade e atenção familiar e até nisso o brincar promove a troca de experiências. É necessário ainda, devido a grande necessidade de não só mantê-las na escola como também proporcionar um ensino de qualidade, o que muitas vezes não tem ocorrido, pois as crianças não podem mais serem reprovadas, mas em muitos casos avançam para uma série posterior sem ter os conhecimentos necessários e vão cada vez mais acumulando anos estudados sem que tenham conseguido assimilar os devidos conhecimentos. 
Como observa Kishimoto, (2006), é necessário dedicar um tempo ao brincar e deixar um pouco de lado este intuito afoito de inserir as crianças da educação infantil no processo formal de ensino por meio da alfabetização e o mesmo tem que ocorrer com os deficientes, é preciso dar um tempo para que estas se assimilem dentro da escola e tenha primeiro, a oportunidade de interagir com o meio adaptando assim, ao mundo dos adultos.
É o brinquedo a forma pela qual ela resolve a maioria dos conflitos criados pelas limitações do mundo em que vive e que é, eminentemente, um mundo dos adultos. Através da brincadeira a criança expressa sua forma de representação da realidade. (KISHIMOTO, 2006)
O presente trabalho vem ainda discutir sobre utilização das salas de recursos para se promover a inclusão das crianças em salas comuns e quanto a este aspecto a política nacional prevê, conforme as Diretrizes Nacionais de Educação Especial para a Educação Básica o atendimento em salas de recursos, com professor especializado, como um “serviço de natureza pedagógica” que visa suplementar no caso de altas habilidades/superdotação e completar quando as crianças apresentarem dificuldades de aprendizagem, acompanhadas ou não da deficiência. 
O atendimento nas salas de recursos é feito de forma a acolher a diversidade, dando apoio, complemento ou suplemento, no caso de altas habilidades ou superdotação, tais como: o ensino de Libras, Soroban, Braile, comunicação alternativa, enriquecimento curricular e outros. O que não pode ocorrer nesse ambiente é que o atendimento seja uma reprodução e ou repetição dos conteúdos aplicados em sala comum.
Os professores responsáveis pelo atendimento especializado das salas de recurso devem ser graduados, pós-graduados e ou com formação continuada habilitando o exercer tal atendimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente trabalho foi possível constatar que o uso de atividades lúdicas é de grande importância para o desenvolvimento da aprendizagem das crianças sejam elas deficientes ou não, os pais entrevistados reconheceram os progressos dos filhos após serem inseridos no ambiente em questão, alguns destacando não só o processo de aprendizagem como também o relacionamento familiar. Entre os profissionais da escola também foram relatados progressos nos dois quesitos e para os alunos então, os momentos passados na salas de recursos foram muito além da aula e da disciplina para eles eram apenas momentos de brincadeira e nem se deram conta de o conteúdo disciplinar estava ali embutido e eles estavam na verdade aprendendo, embora reconhecessem que após a participação das atividades nesse ambiente passaram a apresentar um melhor rendimento escolar . E dentre os profissionais das salas de recursos entrevistados deve se destacar a fala da professora Clarice que diz: “...eles dizem “eu fui na sala da Tia Clarice e joguei lá...” mas para mim não é um jogo eu consigo alcançar os meus objetivos ali”.

4 REFERÊNCIAS:
ALVES, Denise de Oliveira.  Salas de recursos multifuncionais: espaço para atendimento educacional especializado. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do Acesso em: 27 de Fevereiro de 2012.
ARANÃO, Ivana Valéria Denófrio. A Matemática através de jogos. 6 ed. Campinas- SP. Papirus. 1996.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. DNEEEB. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF. Presidente: fernando Henrique Cardoso. Ministério da educação. 2001.
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BRASIL. Política Nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasil. MEC. Brasília, DF. Ministério da Educação: 2008. 
Declaração de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Disponíve em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em: 21 de Fevereiro de 2012.
GÓES, Maria Cecília Rafael. LAPLANE, FERREIRA, Julio Romero. FERREIRA, Maria Cecília Carareto. Et al. Políticas e práticas de educação inclusiva. 2. ed. Campinas, SP Autores Associados, 2007.
GRANDO, Regina Célia. O jogo na educação: aspectos didático-metodológicos do jogo na educação Matemática. Disponível em: http://professorahelida.vilabol.uol.com.br/grando.pdf Acesso em: 25 de Fevereiro de 2012.
KISHIMOTO, Tizuko Mochida. Brincar e aprender: a função do jogo nas escolas de educação infantil de Ipatinga – MG. Disponível em: http://www.unilestemg.br/revistaonline/volumes/02/downloads/artigo_01.pdf Acesso em: 22 de maio de e2011. 
KISHIMOTO, Tizuko Mochida. MRECH, Leny Magalhães. Et al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 9. ed. São Paulo. Cortez, 2006.
OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos. ANDRADE, Cyrce M. R. Junqueira. Et al. Educação Infantil: muitos olhares. 6. ed. São Paulo. Cortez, 2004.

ROJAS, Jucimara. Educação lúdica: a linguagem do brincar, do jogo e da brincadeira no aprender da criança. Campo Grande. Ed. UFMS. 2009. 
SILVA, Levi Leonido Fernandes. O jogo na educação. Disponível em: http://www.quadernsdigitals.net/datos_web/hemeroteca/r_1/nr_806/a_10870/10870.pdf Acesso em: 25 de fevereiro de 2012.
VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação Social da mente. Organizadores Michael Coles Et al; Tradução José Cipolla Neto, Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
 WAJSKOP, Gisela. O brincar e a educação infantil. Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/742.pdf Acesso em: 22 de maio de e2011.


A degradação ambiental frente ao uso e ocupação do córrego Àraras em Rio Brilhante – MS – Estudo do estado real hídrico por meio de diagnóstico da gestão municipal.




Camila da silva cavalcante
Thaiane Pandolfo
Rosimar da Silva de Oliveira





RESUMO

Este trabalho teve como objetivo diagnosticar os processos impactantes, principalmente no que tange ao lançamento de efluentes no percurso do córrego Araras. O desenvolvimento baseou-se por meio de análises textuais e pesquisa de campo, interrelacionar a hidropolítica municipal com os principais causadores dos impactos, será utilizada ainda a interpretação de fotografia e imagens de satélites, para a construção de uma carta síntese evidenciando os principais pontos e impacto no referido córrego. Com os resultados do levantamento realizado pode-se concluir que o córrego Araras bem como toda a MBH que contribui para sua formação, deve receber um tratamento muito especial por parte de toda a comunidade, autoridade e órgãos competentes, no sentido de que ações práticas e exeqüíveis sejam desencadeadas visando recuperar o que se degradou e preservar os recursos naturais existentes.
            Palavras-chave: meio ambiente; poluição; córrego.

Abstrat

This study aimed to diagnose the processes impacting, especially regarding the release of effluents into the path of the stream Araras. The development was based through textual analysis and field research, the hydro municipal interrelate the main causes of impacts, will be used still photography and the interpretation of satellite images for the construction of a short letter highlighting the main points and impact in that stream. With the results of the survey can be concluded that the stream Araras MBH as well as all contributing to its formation, should receive very special treatment by the whole community, authorities and bodies, in the sense that actions and practices feasible in order to trigger recover what has been degraded and preserve existing natural resources.
Keywords: environment; pollution; stream.

1 INTRODUÇÃO


            A produção agropecuária de maneira auto-sustentável, ou seja; produzir preservando os recursos naturais, é o grande desafio e preocupação por parte de técnicos e ambientalistas na atualidade. A água é um dos recursos vitais que a natureza concede aos seres vivos sem distinção.
De acordo com Grisa (2008), a falta de planejamento e as ações antrópicas que se projetam sobre o meio ambiente, como a agricultura extensiva e a pecuária provocam a contaminação da água e o assoreamento de rios e córregos. O córrego araras vem passando por sérios problemas causados pela falta de planejamento e suas águas hoje fisicamente se encontram contaminadas.
O município de Rio Brilhante (MS) é rico em recursos hídricos, característica esta que no passado lhe conferiu o nome de Entre Rios.
O córrego Araras merece atenção especial, pois geograficamente ocupa posição estratégica e percorre áreas rurais, urbanas e margeia o distrito industrial.
A preservação deste valioso patrimônio da comunidade Rio-brilhantense tem sido a preocupação das autoridades locais e da comunidade como um todo, despertando por parte da Comissão de urbanismo, obras, serviços públicos e meio ambiente da Câmara Municipal, o interesse em conhecer a real situação em que se encontra o córrego, para que possa ser tomado providências no sentido de recuperar e preservar esta preciosa dádiva da natureza.
A água é com certeza um dos elementos reguladores do equilíbrio do sistema natural global (GRISE, 2008). Esse bem natural dever ser usado de forma sustentável para que as próximas gerações não sofram com sua escassez.
Não existem efetivas políticas de gestão, de educação ou mesmo de coibição e punição dos principais poluidores, devido principalmente a uma ausência de cumprimento legal e fiscalização. O Córrego Araras necessita de urgente intervenção pública para que possa por meio de instrumentos legais e políticos receberem programas de recuperação e desse modo recuperar a “vida” em seu leito.
De acordo com a legislação ambiental considera-se poluição como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria, energia ou substância sólida, líquida ou gasosa, ou a combinação de elementos resultantes das atividades humanas, em níveis capazes de, direta ou indiretamente prejudicarem a saúde humana, a segurança e o bem estar da população, criar condições inadequadas de uso do meio ambiente, e também ocasionar danos a flora, fauna e ao equilíbrio ecológico às propriedades físico-químicas e à estética do meio ambiente. (ANDRADE, 1992).
As manutenções das vegetações de preservação permanentes são fundamentais para a garantia da qualidade ambiental de uma região. As vegetações ao entorno dos rios e córregos exercem papel fundamental na sustentabilidade das barrancas, além de filtrar produtos químicos e outros carregados pelas enxurradas das lavouras em áreas adjacentes. As espécies da ictiofauna local se alimentam de frutos produzidos junto com as reservas legais que funcionam como área de produção, alimentação, refúgio e dispersão de algumas espécies da fauna.
O objetivo deste trabalho é diagnosticar os processos impactantes, principalmente no que tange ao lançamento de efluentes no percurso do Córrego. Ademais, compreender o processo de uso e ocupação das margens do Córrego, afim de que estabeleça mecanismos de minimização para os impactos, propondo por meio das Políticas Nacionais de Recursos hídricos (PNRH), uma solução ocupacional para a população que estão no entorno do Córrego e para parte das empresas do Distrito Industrial que contribuem significativamente para o atual ”estado poluído” desse corpo hídrico.
 
2 BREVE REFLEXÃO SOBRE MEIO AMBIENTE

A expressão “ambiente” tem sua origem no latim “ambiens”, significando “que rodeia”, já a expressão meio ambiente é definida de maneira diferente por vários autores.

Meio ambiente é o conjunto de elementos favoráveis ou desfavoráveis que cerca um determinado ser vivo, como luz, calor, ventos, chuvas, condições edáficas e a presença de outros seres vivos. O ambiente pode ser natural, quando ocorre na própria natureza, ou artificial, quando criado pelo homem.” (Carvalho, 2007)

Em biologia, sobretudo na ecologia, o meio ambiente inclui todos os fatores que afetam diretamente o metabolismo ou o comportamento de um ser vivo ou de uma espécie, incluindo a luz, o ar, a água, o solo - chamados fatores abióticos e os seres vivos que coabitam no mesmo biótopo. (wikipédia,2007 )
O meio ambiente define se então pelo conjunto de todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, ou seja a interação entre o meio físico, químico e biológico de qualquer organismo vivo.
Do ponto de vista jurídico e para definir  ambiente do trabalho, define-se primeiro meio ambiente como: “É o conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” ( Lei 6.938,de31.8.81).
Com base na Constituição Federal de 1988, passou-se a entender também que o meio ambiente divide-se em físico ou natural, cultural, artificial e do trabalho. Meio ambiente natural: Formado pelo solo, a água, o ar, flora, fauna e todos os  demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio em que vivem.
Meio ambiente cultural: Aquele composto pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, científico e pelas sínteses culturais que integram o universo das práticas sociais das relações de intercâmbio entre homem e natureza.
Meio ambiente artificial: É o constituído pelo conjunto e edificações, equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano construído.
“Natureza é um termo genérico que designa os organismos e o ambiente onde eles vivem.” (Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais, 1998).
De maneira sucinta, de conceituar meio ambiente podemos defini-lo como o resultando das complexas inter- relações entre a todos os seres vivos e a natureza, em um espaço e tempo concretos. O meio ambiente é constantemente modificado pela ação do homem, a sociedade exerce um domínio sobre a natureza, modificando a em prol de seus próprios benefícios. O homem esta constantemente buscando o conforto, o progresso, a tecnologia, não mantendo uma preocupação com os resultados dessa interferência na natureza.

2.1 Educação Ambiental

O conceito de educação ambiental pode variar dependendo da interpretação de cada indivíduo bem como o contexto em que ela estiver inserida e também conforme a vivência de cada um. Para algumas pessoas ao se falar em educação ambiental associa-se em trabalhos com alguns assuntos que estão ligados á natureza como: preservação, lixo, paisagens naturais, animais e outros. Nestes enfoques a educação ambiental pode assumir um caráter basicamente naturalista.
Hoje, a educação ambiental assume um caráter mais realista, buscando um equilíbrio entre o homem e o ambiente, visando à construção de um futuro com desenvolvimento e progresso, sendo esse desenvolvimento sustentável, pois o mesmo é o causador de tantos danos ambientais.
É necessário que se perceba a Educação Ambiental como uma prática de educação para a sustentabilidade. Para alguns especialistas, a educação ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é criticada pela diferença existente entre desenvolvimento e sustentabilidade.
È indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, dirigido tanto às gerações jovens como aos adultos, e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiada, para ampliar as bases de uma opinião bem informada e de uma conduta dos indivíduos, das empresas, em geral da sociedade, inspirada no sentido de sua responsabilidade quanto à proteção e melhoramento do meio em todas as dimensões, ou seja ambiental, social e cultural.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia buscará por meio de análises textuais e pesquisa de campo, interrelacionar a hidropolítica municipal com os principais causadores dos impactos. Será utilizada ainda a interpretação de fotografia e imagens de satélites, para a construção de uma carta síntese evidenciando os principais pontos e impacto no referido Córrego.
            A metodologia utilizada foi:
* realização de levantamento de dados e informação in loco, através de visitas as propriedades que margeiam o córrego, analisando a situação em cada ponto e as condições da preservação da vegetação ciliar e outros aspectos ambientais.
* realização de registros através de fotografias e anotações em cada local vistoriado.
* coleta de imagens de satélite da região que envolve a micro bacia hidrográfica (MBH) do córrego e afluentes.
*utilização de carta cartográfica e Atlas multirreferencial (MS), para obtenção de informações.                       

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área que engloba a MBH (micro bacia hidrográfica) do córrego Àraras e afluentes é de aproximadamente 22.000 há, apresentando relevo plano e suavemente ondulado, predominando solo do tipo latossolo vermelho escuro, com textura argilosa e franco argilosa, os solos são profundos e bem drenados, sendo que nas várzeas, apresentam naturalmente drenagem deficiente, solo não profundo e com afloramento de rochas em suas encostas. (ARAUJO et al, 2004)
A vegetação natural da MBH é caracterizada como savana arbórea aberta, savana arbórea fechada (cerrados) e floresta (matas), sendo que na vegetação ciliar do córrego predominam as seguintes espécies vegetais: açoita cavalo, sanga d’àgua, embaúba, ingazeiro, angico, bacuri, jatobá, aroeira, ipês, etc.
A fauna se constitui pelos seguintes animais e aves: capivara, paca, lontra, cutia, macaco, sagui, papagaio, araras, tucano, tuiuiú, garça, pequenos pássaros entre outros.
A ictiofauna é constituída pelas seguintes espécies: piau, bagre, lambari, corimba, piapara, jejum, joaninha, etc.
Quanto aos aspectos climáticos, a região caracteriza-se como clima tropical, com precipitação anual média de 1400 mm, sendo que o período chuvoso se concentra nos meses de outubro a março, e o período seco nos meses de abril a setembro, apresentando déficit hídrico de 100 mm, e temperatura média anual de 23ºC (CUNHA, 2002).
O córrego tem sua nascente na fazenda Ramalhete, ao Norte da sede do município e desce para o Sul, passando pela área urbana e buscando sempre o Rio Brilhante onde deságua. A extensão do córrego desde sua nascente até a foz é de aproximadamente 20 km. Graça e Silveira (2008), dizem que a inserção de córregos em perímetro urbano,  faz com que estes córregos acabem por sofrer com ações humanas e suas águas das chuvas não drenadas escoam diretamente para estes córregos, facilitando sua erosão.
A cabeceira do córrego araras envolve grandes áreas de banhados com vários pontos que minam águas formando a nascente do mesmo. O solo apresenta afloramento de pedras nas encostas destes banhados. Existe a vegetação natural circundando, sendo que em alguns pontos formam verdadeiras lajes de pedras. As áreas próximas à nascente são constituídas por pastagens, sem nenhum problema de degradação ata o momento.
Além da nascente, outras fontes contribuem com suas águas para a formação do córrego Àraras, como: Córrego Areias (Conhecidos como Estiva), Santo Elídio (conhecido como Santa Eliza), e existem também sangas que não são registrados nos mapas oficiais, porém participam com seus volumes para a formação do áraras, esses contribuintes são conhecidos pelos moradores da região pelos seguintes nomes: mutum que se une ao áraras próximo à fazenda Ramalhete, e Remanso que cai logo abaixo da Santa Elisa.
O resultado do levantamento aponta para problemas que didaticamente separamos e classificamos de acordo com a sua área de localização, ou seja:

Na zona Urbana

Por passar margeando a cidade, o córrego sofre influência por ações exercidas pela população urbana.
Constatou-se a existência de lixo doméstico em diferentes pontos às margens do córrego no perímetro urbano como mostra a figura 1. Também foram observados animais mortos lançados dentro do córrego e em suas margens.

Outra fonte de poluição é o depósito de lixo urbano (Lixão) que fica bem próximo ao córrego; pois as águas da chuva que cai no local são dirigidas para o córrego através de valetas levando resíduos hidrossolúveis encontradas na massa de lixo. Também grande quantidade de lixo leve é carregada pelo vento e espalhado nas imediações e para o córrego Araras.
A criação de suínos de forma inadequada em chácaras próxima ao córrego Araras também contribui para a poluição, levando dejetos e resíduos para o mesmo.


Na Zona Rural

Existe aproximadamente 450 há de arroz irrigado (por inundação) ao longo das várzeas do córrego e é feita a drenagem das águas do córrego àraras por canais como mostra a figura 2; sendo que alguns destes pontos estão destituídos de sua vegetação ciliar.

Verificou-se também a existência de embalagens e agrotóxicos à beira de lavouras próximas ao córrego Àraras, contaminando o meio ambiente e podendo ser carregadas para o leito do córrego por águas da chuva. Dentro da MBH do córrego Àraras foram instaladas duas agro-indústrias, um laticínio e uma curtidora (desativada no momento) e estas são potencialmente produtoras de resíduos poluidores, podendo vir a serem uma ameaça ao equilíbrio ecológico, principalmente do córrego Àraras. 
Devido ao excesso de chuvas (alagamento) no período da realização dos trabalhos, não foi possível o acesso aos locais de deságüe da maioria das galerias de águas pluviais.

5 CONCLUSÃO

Diante do levantamento realizado, conclui que o córrego Araras bem como toda a MBH que contribui para a sua formação, deve receber um tratamento muito especial por parte de toda a comunidade, autoridade e órgãos competentes, no sentido de que ações práticas e exequíveis sejam desencadeadas visando recuperar o que se degradou e preservar os recursos naturais existentes.
Diante do exposto relacionamento abaixo algumas sugestões que entendemos serem importantes como subsídios na elaboração de um plano de recuperação das condições ambientais da MBH do córrego Araras:

Para a Zona Rural

- Promover a conservação de solos e água em toda a área da MBH (córrego Araras e afluentes), levando em consideração cada propriedade da mesma, e dando especial atenção a recomposição das matas ciliares (que foram destruídas), com espécies vegetais adaptadas (nativas).
-Conscientização e acompanhamento dos produtores que cultivam arroz irrigado nas várzeas do córrego, especialmente no que diz respeito ao cumprimento da legislação relativa a área de preservação permanente e a utilização das águas do córrego para irrigação.
-Realizar análise de qualidade da água e índices de poluição em pontos próximos as lavouras, e em época de safra.

Para a Zona Urbana

-Paralisar o atual depósito de lixo (Lixão), mudando-o para o outro local adequado que não traga riscos para o meio ambiente; e buscar uma solução mais adequada e definitiva para a destinação do lixo doméstico; como pro exemplo: usina de seleção e reciclagem, ou algo similar.
-Não permitir a deposição de lixo e entulhos nas proximidades do córrego e coibir a destruição da vegetação às margens do mesmo.
-realizar análise de qualidade da água e índices de poluição em pontos pré-determinados como: saídas das galerias e próximo ao parque industrial.


6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ANDRADE, M. O desafio ecológico: utopia e realidade. S. São Paulo: Hucitec, 1994.

ARAÚJO. M. A; A.TORMENA; A.P. SILVA. Propriedades físicas de um Latossolo Vermelho distrófico cultivado e cultivado sob mata nativa. Rev. Bras. Ciênc. Solo v.28 n.2 – Seção VI – Manejo e conservação do solo e da água. Viçosa mar./abr. 2004 - p.337-345.

BRASIL – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Constituição Federal de 1988. Brasília. 1989.

CARVALHO; F. L. Q. Ecologia e impactos Ambientais- Conceitos Básicos em ecologia. ESAP- Apostila do curso de  Educação e Gestão Ambiental. 2007. página 72.

CUNHA, G.M.C. Ciclagem de nutrientes em florestas montanas e em Eucalyptus citriodora na região norte fluminense. Campos dos Goytacazes, Universidade Estadual do Norte Fluminense, 2002. 122p.

GRAÇA, C. H.; SILVEIRA, H. Avaliação da degradação e do impacto sócio-ambiental na bacia do córrego esperança, Marina – PR. Maringá, 2008.

GRISA, K. T. Caracterização e análise fisiográfica da microbácia do córrego Aliança no município de Realeza – PR. Foz do Iguaçu, 2008. 

ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro, Guanabara, 1983. 434p.

Endereço Eletrônico: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Meio_Ambiente






























A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE A SÍNDROME DE WILHIAMS.

CRISTINA MENDES MARIANO
ROSIMAR DA SILVA DE OLIVEIRA
Camila da Silva Cavalcante
Ana Márcia Gallina Fantone Gusoni
Deusilha de Souza Silva
Joselaine Cristina Ribeiro de Matos
Claudia Seehgaen
                    
RESUMO

O presente trabalho é um estudo de caso de uma criança de 9 anos com Síndrome de Williams também conhecida como síndrome Williams-Beuren é uma desordem genética que, talvez, por ser rara, frequentemente não é diagnosticada. Sua transmissão não é genética.  Exerce impacto sobre diversas áreas do desenvolvimento, incluindo as áreas cognitivas, linguística, comportamental e motora.  O objetivo deste trabalho é refletir a situação das escolas de hoje em relação ao atendimento especializado na educação especial e também buscar uma prática mais reflexiva para que a educação especial se aprimore cada vez mais em um atendimento especializado. O aluno do gênero masculino observado durante o período de abril a setembro. Para análise dos resultados encontra se  meio incluso no desenvolvimento social no contexto educativo em que se insere. O processo de ensino-aprendizagem do aluno vem sendo trabalhado; atividades fora de sala de aula, jogos silábicos e matemáticos; adaptação de atividades feitas em sala pela Profissional de Apoio; trabalhos com cadernos sem pauta, manuais com recorte e massinha para o desenvolvimento da coordenação motora, psicomotricidade, percepção visual e musical, integração com o grupo e até momentos de descontração e relaxamento em suas horas mais agitadas devido à hiperatividade. Este estudo de caso evidenciou aspectos importantes a serem considerados no que se refere à avaliação e intervenção de indivíduos com a Síndrome de Williams, o que é precário na literatura pertinente.
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PALAVRAS CHAVES: Síndrome de Williams, aprendizagem, escola, inclusão.
ABSTRAT

The present work is a case study of a child of 9 years with Williams syndrome also known as Williams-Beuren syndrome is a genetic disorder that, perhaps, for being rare, often not diagnosed. Your transmission is not genetic. Has impact on the various areas of development, including cognitive, behavioral, linguistic areas and motor. The aim of this paper is to reflect the situation of schools today in relation to specialized care in special education and also seek a more reflective so that special education is increasingly enhance in a specialized service. The male student observed during the period of April to September. For analysis of the results find out if the Middle included in social development in the educational context in which it is inserted. The teaching-learning process of the student has been worked; activities outside of the classroom, syllabic and mathematical games; adaptation of activities done in by professional support; works with notebooks without agenda, clipping books with play dough and for the development of motor coordination, psychomotricity, musical and visual perception, integration with the Group and even moments of fun and relaxation at their busiest hours due to hyperactivity. This case study highlighted important aspects to be considered in relation to the assessment and intervention of individuals with Williams syndrome, which is precarious in the relevant literature.


KEY-WORDS: Williams syndrome, learning, school, inclusion

INTRODUÇÃO
         A síndrome de Williams não tem cura é uma doença rara causada por um defeito no gene responsável pela produção da elastina, proteína que dá elasticidade aos vasos sanguíneos, órgãos e à pele. Pode ser diagnosticado através exame de DNA, que fornece um resultado 100% ou acompanhamento dos sintomas. O paciente toma medicamentos paliativos, isto é, para aliviar sintomas, principalmente aqueles que comprometem o bom funcionamento do organismo.
         Segundo Horovitz a Síndrome de Williams também conhecida como síndrome Williams-Beuren foi inicialmente descrita em 1961. A maioria dos casos é esporádica e se deve a deleção de um alelo da elastina localizado em 7q11. 23 (braço longo do cromossomo 7).
         A frequência é de 1/10.000 nascidos vivos e o risco de recorrência da condição para a família costuma ser muito baixo. Portadores desta síndrome apresentam características clínicas como: baixa estatura, hipercalcemia, anomalias cardíacas, especialmente estenose supravalvular aórtica, face de duende característica, e retardo mental leve à moderado a progredir na infância. Adultos com a síndrome frequentemente apresentam características padrão em relação à parte cognitiva, sendo forte em determinados aspectos e fraca em outros, isto é, comparativamente apresentam grandes habilidades na linguagem e profundos déficits no funcionamento espacial.
         De acordo com (BELLUGI et al., 2000).  A SW Afeta diversas áreas do desenvolvimento como: cognitivo, comportamental e motores. As crianças afetadas têm dificuldades em cálculos matemáticos, temporais, de distancia e de velocidades.
         Vicari (2004, s.p.), relata que a deficiência mental na Síndrome Williams está associada a um perfil cognitivo e linguístico distinto, caracterizado por dificuldades linguísticas e déficit visio espacial.  
         A instituição escolar deve estar preparada para receber crianças com deficiências e desenvolver com elas o aprendizado dentro dos limites de cada uma, trabalhando a parte social e emocional, visando a um crescimento futuro que é de grande importância para a sua independência.
         Para Buckley aput Bird (1998), existem evidências de que as escolas inclusivas têm se apresentado como as melhores escolas para todo tipo de criança, e que as escolas que se prepararam para receber crianças com necessidades especiais e mudaram o sistema de ensino, tiveram uma melhora significativa na educação para todas as crianças.
         E ainda Buckley aput Bird (1998),  diz que no processo de inclusão não somente a criança com necessidades especiais absorve aspectos positivos, mas também todas as outras crianças quem passam a conviver com a diversidade e tornam-se seres humanos mais preparados para as adversidades e diferenças da vida.
                O presente estudo tem como objetivo verificar aspectos de interação social, cognitiva e comportamental da criança com Síndrome de WILLIAMS, refletir a situação das escolas de hoje em relação ao atendimento especializado na educação especial e também buscar uma prática mais reflexiva para que a educação especial se aprimore cada vez mais em um atendimento especializado. 
    O interesse por tal estudo se fez na preocupação as autoras em entender um pouco mais sobre a Sindrome de WILLIAMS justificando-se na interação entre escolas e alunos portadores de necessidades especiais considerando os desafios na educação especial em eliminar barreiras que dificultem a participação destes alunos no ensino regular.
         Quanto a metodologia do trabalho, será realizado um estudo de caso com um aluno da rede municipal de ensino que é diagnosticado com a Síndrome de Willians, através de observação em sala de aula. Pesquisas bibliográficas em endereços eletrônicos, revistas, livros, dentre outros recursos darão suporte para melhor desempenho do assunto abordado.

1. APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SINDROME DE WILLIANS.
         A criança com síndrome de Williams tem facilidade de articulação da linguagem. A pura beleza dos sons, palavras e frases são profundamente apreciadas pela maioria das crianças com SW. Tarefas envolvendo linguagem, no entanto, são frequentemente altamente motivantes, escolher atividades que incorporem figuras representativas pode aumentar a motivação e ajudar a sustentar a atenção.
         Há distintas possibilidades de aprendizagem e diversos fatores que nos levam a aprender um comportamento célere. A aprendizagem é um fato extremamente complexo e envolve os aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais.
         Para PELIZZARI et al (2002), a aprendizagem é muito mais significativa à medida que o conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio. Ao contrário, ela se torna mecânica ou repetitiva.
2.  O PAPEL DA ESCOLA PARA COM A INCLUSÃO
         A filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais.
A presença e o atendimento as pessoas com necessidades educacionais especiais vem se destacando progressivamente. A prática da inclusão vem ocupando, cada vez mais, espaços sociais como as escolas e outros ambientes que permitem que as pessoas com essas necessidades adquiram novos saberes. Para tanto uma escola inclusiva é uma escola de boa qualidade, para todos e sem discriminação.
            O papel da escola é fazer com que as crianças e os adolescentes tenham o desejo e o gosto pelo estudo, para que aos poucos eles possam se apropriar do conhecimento, aguçar a sua curiosidade e buscar novos conhecimentos. E isso não é possível se não houver uma parceria entre a escola e a família.
O aluno incluído é aceito como capaz de interagir com o meio escolar. Incluir é oportunizar a convivência, que respeita as diferenças e não as anula. A inclusão escolar exige o viver juntos, o conviver. Exige amor, porque somos, na condição de seres humanos, profundamente dependentes do amor, e o amor é “o domínio das ações que constitui o outro como um legítimo outro em convivência com o uno (MATURANA 1999, p. 46).
            Essa interação certamente resultará em ganho para os alunos (NARCISO, 2008). Dessa forma, precisam-se criar práticas coletivas, com efeito promissor e capaz de demonstrar que a inclusão no cotidiano das escolas reflete o processo de transformação necessário para o desenvolvimento dos educando com necessidades educacionais especiais.
            A escola deve se preocupar com a formação humana e pessoal dos seus alunos. Quanto mais a escola atende alunos com dificuldades, mais importante é o seu papel de promover o desenvolvimento dos mesmos, pois, nos caso específico, a família não se encontra em condições de ajudar seu filho, necessitando do apoio da escola.
                           
3. EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
O Atendimento as Necessidades Educacionais Especiais quando há deficiências físicas, sensoriais, intelectuais, emocionais, sociais ou um conjunto dessas afeta a aprendizagem segundo HALLAHAN & KAUFFMAN (apud ALMEIDA, 2003b) consideram que existem meios que devem ser feitos para viabilizá-la. Para os investimentos, destacam-se principalmente as estratégias de acesso ao currículo e as condições de ensino e aprendizagem, organizadas especificamente para responder as necessidades dos educandos com deficiência.
Para HALLAHAN & KAUFFMAN (apud ALMEIDA, 2003b, p.7), Necessidade Educacional Especial é aquela que requer uma educação especial, com recursos e apoio “para a realização total do potencial humano”. Para os autores, as pessoas que necessitam de educação especial podem ser diferentes daquelas que apresentam deficiência mental, auditiva, visual, física, dificuldades de aprendizagem, distúrbios de comportamento, problemas de comunicação, autismo, lesões cerebrais ou mesmo altas habilidades/ Superdotação.
A Modalidade da Educação Especial, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.394/96, Art. 59, diz que o sistema de ensino deve assegurar aos alunos currículos, métodos, recursos e organização específicos para atender as suas necessidades. (Brasil, 2010)
E ainda, com base nos pressupostos legais da Constituição Federal de 1988, o artigo 205 prevê o direito de todos à educação e o artigo 208 prevê o atendimento educacional especializado, e a inclusão escolar, fundamentada na atenção à diversidade, exigindo mudanças estruturais nas escolas comuns e especiais.
Sabendo que, o educador tem que ter um conhecimento profundo sobre o ensinamento por ele aplicado, bem como ser conhecedor de seus educando, de suas características, de seus interesses e de suas formas de expressão, para oferecer exatamente aquilo que seja do seu interesse. (Queiroz e Martins, 2002)
        
 De acordo com as referências de documentos da educação especial, o Estatuto da Criança e do Adolescente; a Lei 7853/89 denominada como Lei da Integração e os documentos internacionais mais citados como a Declaração Mundial de Educação para Todos, de 1990 e a Declaração de Salamanca de 1994.

Nessa linha de ação, surge o conceito de necessidades educacionais especiais, que se refere a todas as crianças ou jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem e tem, por tanto, necessidades educacionais em alguns momentos de sua escolaridade. Portanto, o desafio que as escolas enfrentam é o desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança (BRASIL, 1994, P.17-18).
Assim sendo, cabe a instituição escolar reconhecer as diferenças e dar oportunidades a todos educando com necessidades educacionais especiais, incluindo as crianças, jovens adultos com deficiência, condições e oportunidades de acesso aos bens culturais e à construção de seus saberes.
Nesse sentido, a inclusão escolar possibilita a formação escolar do aluno com necessidades educacionais especiais. Onde o atendimento educacional especializado proporciona o desenvolvimento de atividades que potencializa através dos recursos pedagógicos condições que concretizam um ensino/aprendizado de maneira significativa e qualitativa.

4.  ESTUDO DE CASO
            Para a realização deste trabalho foi elaborado um estudo de caso, onde através de observações verificamos no período de abril a setembro, que o aluno investigado tem 9 anos e encontra-se na 2º ano do ensino fundamental II em uma escola da rede municipal de ensino no município de Rio Brilhante-MS. Vivenciando seus altos e baixos com relação a certos fatores que estão ocorrendo em seu cotidiano escolar com os educadores e colegas com os quais convive, seu comportamento que influenciou no seu processo de ensino-aprendizagem.
            Está exclusivamente aos cuidados de sua mãe, a mesma parece reconhecer a importância do papel da escola no desenvolvimento social e acadêmico do filho.
            Na dinâmica familiar e social ele convive e interage com todos, mostra-se uma criança alegre, meiga, mas por vezes teimosa. Já no grande grupo, ou seja, nas atividades coletivas o convívio é tumultuado, pois o aluno não aceita dividir, esperar sua vez, acaba brigando com os colegas.
            No âmbito acadêmico, observa-se que o aluno consegue redigir palavras simples, frases curtas,  mas, ainda está inseguro e necessita de muito estímulo e apoio no desenvolvimento desse tipo de atividade. Ainda não lê com autonomia e só as realiza com auxilio individual.
            stica, oscoiel e Aline são Apresenta mais dificuldades tanto na resolução de problemas ou operações: adição e subtração simples, necessitando de maior apoio e orientações na execução das tarefas, pois o mesmo executa as tarefas com muita insistência, só as desempenha sob mediação constante, ao contrário não as realiza, dizendo sempre que está cansado.
            O processo de ensino-aprendizagem do aluno vem sendo trabalhado com recursos como: atividades fora de sala de aula com jogos silábicos e matemáticos, adaptação de atividades feitas em sala pela Profissional de Apoio do aluno, trabalhos com cadernos sem pauta, a fim de trabalhar a sua escrita, trabalhos manuais com recorte e massinha. Todo esse processo, além de trabalhar com a aprendizagem do aluno, desenvolve outros aspectos como: coordenação motora, psicomotricidade, percepção visual e musical, integração com o grupo e até momentos de descontração e relaxamento em suas horas mais agitadas devido à hiperatividade.
            Pudemos constatar pela observação realizada que o aluno apresenta uma capacidade escassa na execução das atividades coletivas, solicitando o tempo todo de mediação para fortalecer vínculo afetivo com os colegas.
            Concluímos que a escola fornece ao aluno um acompanhamento pedagógico necessário ao seu sucesso educativo, sendo este um recurso indispensável para o desenvolvimento integral do aluno e para o fortalecimento da auto-estima, complementando assim o aprendizado global do aluno.
           
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS        
         Neste contexto, tivemos o propósito de demonstrar a possibilidade de as crianças com a Síndrome de Williams estudarem na escola comum numa perspectiva inclusiva, com a finalidade do ensino/aprendizagem serem desenvolvidos no processo educativo do educando para prepará-lo para o individualismo e também para o coletivo.
         Com base no que notamos o atendimento educacional a essas crianças exige uma organização metodológica e didática significativa. O professor deve se qualificar para realizar o atendimento necessário que o aluno necessita, para adquirir sua própria autonomia.
         Como podemos aprender a sala de aula inclusiva deve ser vista como um espaço social de aprendizagem qualitativa que reflita a cultura, valores e metas da escola. Assim, compartilhando as boas práticas e repensando as mesmas de maneira que possa contribuir cada vez mais com o aprendizado do aluno com necessidades educacionais especiais.
         E mais, o professorado deve assumir que ao planejar suas aulas, é necessário planejar para todos, e não deixar exclusivamente o trabalho para a profissional de apoio a responsabilidade de incrementar atividades para melhorar as práticas educativas dos alunos com necessidades educacionais especiais, afinal o aluno também é dele.
         Nesse sentido, concluímos que a reflexão a cerca da educação inclusiva se faz necessário, no entanto devemos celebrar a diversidade e tornar nossas práticas educativas cada dia mais inclusiva, pensando na limitação de cada aluno e em sua necessidade individual.           
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BELLUGI, U. LICHTENBERGER, L. JONES, W. LAI, Z. ST GEORGE, M. The neurocognitive profile of Williams syndrome: a complex pattern of strengths and weaknesses. Journal of Cognitive Neuroscience. v. 12 , p.7–29, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Marcos Político-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2010, p. 72.

________.  Ministério da Educação.  Secretaria de Educação Especial.  Política Nacional  de Educação Especial. Brasília: SEESP, 1994.

BUCKLEY, S.; BIRD, G. Including children with Down Syndrome. Down Syndrome News & Update, v.1, n.1, p.5-13, 1998.

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